Bons hábitos e o “vale da desilusão”

Era uma sexta a tarde, quando recebi um e-mail informando que os meus exames laboratoriais haviam ficado prontos. Não dei muita importância, até porque não tinha pressa para checá-los... eram exames de rotina e eu não estava sentindo nada. Vinha dormindo pouco e estava sem tempo para a atividade física, mas tudo bem...estava mesmo empolgado em conseguir finalizar aquele trabalho que me renderiam bons frutos.

Finalmente, alguns dias depois, lembrei-me dos exames e resolvi dar aquela checada. Mesmo não sendo médico, sabia fazer comparações entre os números do meu resultado e aqueles considerados normais. Para minha surpresa, o meu colesterol LDL (aquele ruim) estava o triplo do valor normal. A partir deste momento, a minha saúde, até então em segundo plano, passou a ocupar um dos lugares mais urgentes da minha vida.

Finalmente, consegui a orientação médica adequada e, obviamente, eu já imaginava o que precisava fazer: melhorar a alimentação e fazer atividade física... mas por que eu ainda não conseguia fazer isso? Por que não conseguimos fazer o que precisa ser feito se já temos plena consciência das coisas?

O fato é que a construção de um bom hábito não é tão simples assim. Os bons hábitos funcionam como “juros compostos”: é a soma diária das boas ações que vai levar a resultados positivos a longo prazo. E, mesmo depois que temos consciência que a mudança precisa ser feita, ficamos ainda perdidos no “vale da desilusão”: conseguimos fazer o que precisa ser feito no primeiro dia, mas não vemos resultados imediatamente, assim como, provavelmente, não veremos resultados no décimo ou vigésimo dias. Até os resultados, de fato aparecerem, os bons hábitos parecem não fazer a menor diferença. 

A nossa motivação para continuar será determinada muito mais por escolhas sobre quem somos e quem, de fato, desejamos ser. Se desejamos ser saudáveis, são as boas escolhas de hoje que nos levará a excelentes resultados no futuro.