Precisamos falar sobre Visibilidade Trans

“Visibilidade” é o ato de estar visível. “Trans” refere-se a Indivíduos Transgêneros. Indivíduos Transgêneros são aqueles que não se identificam com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento. Outros termos estão englobados nesse conceito, como transexuais e travestis.

Assim, Visiblidade Trans é o “ato de se fazer visível das pessoas transgênero”. Diz  respeito das pessoas transgênero serem vistas.

Acabou de ser celebrado, em junho, o mês do Orgulho LGBTQIA+ e muito se falou sobre as conquistas de direitos. O direito à adoção, criminalização da homofobia e o direito de se unir e amar quem você quiser independente de gênero.

Entretanto, quando se fala da letra “T” dessa sigla, ou seja, as pessoas trans, ultrapassa-se a necessidade das buscas de direitos de amar quem quiser. Isso porque a população Trans luta pelo direito mais básico, mais fundamental, que é o simples direito de EXISTIR!

O Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de transexuais. Não há qualquer outra nação com tantos registros de homicídios de pessoas trans.

O Brasil matou ao menos 868 travestis e transexuais nos últimos oito anos. O país registra, em números absolutos, mais que o triplo de assassinatos do segundo colocado, o México.

Em números relativos, quando se olha o total de assassinatos de trans para cada milhão de habitantes, o Brasil fica em quarto lugar, atrás apenas de Honduras, Guiana e El Salvador.

Você já parou para se perguntar por que a existência de alguém pode gerar desconforto em outras pessoas?

A resposta está no preconceito enraizado por algo que é completamente natural e sempre existiu.

Os dados acima são conflitantes com outro dado importante, pois o Brasil é o país que também lidera o ranking em acesso de conteúdos pornográficos na internet contendo transexuais.

Eis outra relação muito comum de ser feita especialmente com mulheres trans: a de que se envolvem frequentemente com o entretenimento adulto e prostituição.

Trago informações que torna fácil a compreensão desse fato. Pessoas trans costumam se entender como diferente da maioria no início do desenvolvimento da sua sexualidade, ainda na puberdade. Neste período muitos são expulsos de casa pela não-aceitação da família e consequentemente não completam os estudos, seja por necessidade de trabalhar ou porque a escola os exclui. O que sobra para esses indivíduos? A margem. E essa marginalização os impossibilita de oportunidades.

Olhe ao seu redor e reflita: Você convive com quantas pessoas transexuais? Você as vê durante o dia no mercado, no shopping, na lanchonete ou abastecendo seu carro no posto de gasolina? Será que faltam oportunidades ou sobram preconceitos?

O preconceito está tão intrínseco na sociedade que muitas vezes internaliza na mente das pessoas trans e faz com que sequer se candidatem a vagas de trabalho ou estudos. É muito comum que, a fim de evitar sofrimento, as pessoas se esquivem de exposições que sejam ameaçadoras.

Precisamos dos estudos em sexualidade humana não apenas para sabermos conceituar aspectos da sexualidade, mas também para compreendermos a pluralidade do ser humano e enxergarmos como é linda a diferença e o quanto temos a ganhar com ela.

Compreendendo a beleza do diferente e exercitando a empatia através da captação de novas informações, o mundo com certeza se tornará um melhor lugar para viver.